O Centro Interpretativo de Lamosa representa o ponto de partida para os dois trilhos disponíveis para visita, um mais pequeno, o percurso “Ao Encontro da Ruralidade” e outro, de maior dimensão, o percurso “Entre a aldeia e o rio”.
Este local, situado num ponto alto da aldeia, permite-nos uma visão global do que iremos encontrar ao longo do percurso, que evolui da aldeia para a floresta, tendo como ponte os terrenos agrícolas que ligam estes dois mundos.
Neste ponto podemos contactar verdadeiramente com a aldeia e com as suas gentes. Aproveite para parar 2 minutos para contemplar o contraste entre as construções de perfil religioso, as construções tradicionais e a arquitetura mais recente.
Destaca-se neste ponto a antiga Igreja, construída em granito.
Este ponto marca a saída da aldeia em direção aos espaços agrícolas e naturais que os trilhos de Lamosa lhe oferecem, pare e repare uma última vez, até ao seu regresso, nos contrastes entre os espaços habitados e as organizações dos espaços agrícolas que lhe aparecem agora.
O trajeto até este ponto enquadra o visitante com o contexto agrícola da aldeia de Lamosa e com os habitats que este proporciona. Os terrenos agrícolas que se espraiam pela paisagem, ladeados por mantos arbustivos ribeirinhos, proporcionam equilíbrios entre as espécies que aqui habitam e o território humanizado.
Aqui destacam-se 3 espécies de libélulas, a Sympetrum striolatum, a Pyrrhosoma nymphula e a Lestes dryas. É também frequente a observação do lagarto-de-água e da genciana. Este ponto atravessa a Ribeira de Lamosa.
Este é o primeiro de 2 abrigos instalados em Lamosa para a observação de aves. Estes abrigos são acompanhados por uma equipa especializada, que potencia a presença de aves através do fornecimento de alimentação apropriada junto a este espaço.
Aproveite o espaço em silêncio e seja surpreendido.
O trajeto continua até encontrar a “presa velha” e o moinho para onde a presa encaminhava a água. O referido moinho de água, apresenta uma roda horizontal com 1 metro de diâmetro.
Este ponto localiza-se num dos principais espaços de interpretação dos trilhos de Lamosa, pelo seu potencial enquanto bosque ribeirinho.
É um local ideal para descansar, contemplar os sons da natureza e compreender como um local pode aportar tantas espécies num espaço tão reduzido.
Aqui pode facilmente identificar a Toupeira-de-água, a Lagartixa-ibérica, o Lagarto-de-água ou a Rã-arborícola-europeia. São também encontrados neste local vestígios da presença de Geneta.
Este é um ponto de intersecção que permite ao visitante seguir pelo percurso mais curto “Ao encontro da ruralidade”, ou pelo mais longo “Entre a aldeia e o rio”.
Neste local, a observação de espécies é variada, no entanto o enfoque principal incide sobre a avifauna, com destaque para a Estrelinha-real, o Chapim-de-poupa e o Pica-pau-malhado-grande.
Neste ponto o caminho cruza-se com um pequeno, mas importante, leito ribeirinho, adequado para um pequeno repouso na sombra deste bosque.
Aqui pode encontrar um alargado leque de espécies florais e faunísticas, um autêntico relicário!
Em termos florísticos destacam-se os salgueiros, freixos e amieiros, bem como o sabugueiro e a urze.
A avifauna também é neste local relevante, destacando-se as observações de pintarroxos, o Pato-real ou Águia d’asa redonda.
De referir a presença abundante de libélulas, com destaque para a Libélula Imperador (Anax Imperator) e a Libelinha Esmeralda (Lestes dryas).
Avançando em direção ao ponto seguinte "Um bosque humanizado", a vegetação transforma-se e o perfil da visita também, com o contato de carvalhais, pinhais e eucaliptais onde nos podemos surpreender com a presença de raposas ou de esquilos.
Este ponto representa o epicentro de uma mudança de paradigma e da evolução da utilização dos solos. Aqui a organização florestal é humanizada alternando-se, na sua maioria entre pinhais e eucaliptais. Esta é uma realidade contrastante com o bosque ribeirinho do ponto anterior e com o cenário que encontramos no ponto seguinte, junto ao rio Paiva.
Este modelo de paisagem não massificada no território é importante enquanto fonte de rendimento para os locais.
Neste ponto destaca-se a possibilidade de observação de algumas espécies de anfíbios e répteis, entre os quais se refere a Víbora-cornuda, o Sapo-parteiro e a Lagartixa-do-mato. De referir também a observação da Borboleta-do-pilriteiro.
Habitat relevante, este ponto corresponde ao local onde a ribeira de Lamosa encontra o rio Paiva.
Este ponto de paragem e repouso é um dos locais mais bonitos do trilho, pelo encontro dos dois cursos de água, pela vegetação que se funde e pelo cenário que aqui se cria com a “ponte pedrinha”, uma ponte de arquitetura tradicional.
O habitat deste local, caracterizado pela humidade elevada resultante do encontro dos dois pontos de água, bem como pelo denso coberto vegetal, tornam este local único para a observação de espécies.
Destas destacam-se o feto-real, as vergas-de-ouro ou as dedaleiras, o Mexilhão-do-rio, a Rã-ibérica e a Salamandra-lusitânica. Nos insectos de referir as Borboletas Laranja-axadrezadas, as Borboletas acobreadas-da-água e as libelinhas Lestes viridis e a Calopteryx virgo.
No seguimento do ponto anterior "Ponte Pedrinha", podemos neste local observar de forma mais atenta o rio Paiva. Este rio de águas cristalinas é considerado um dos rios menos poluídos da Europa, sendo um baluarte de espécies e um espaço imperdível para o contato com a natureza.
A ribeira de Lamosa é um dos onze afluentes deste rio que nasce na serra de Leomil e desagua no rio Douro, em Castelo de Paiva.
Neste local podemos observar as “Poldras”, que correspondem a passagens no rio feitas através de uma fila de pedras, possibilitando a passagem das pessoas entre as margens do Paiva.
Este local é o ideal para a observação do Guarda-rios, da Garça-real bem como continuação à observação das libélulas já observáveis no ponto anterior, enquanto as borboletas mais facilmente observáveis são a Euphydryas aurinia, Limenitis reducta e a Nymphalis antiopa.
A chegada a este ponto acompanhou uma alteração brusca de cenário em comparação com a paragem anterior. Assiste-se a uma alteração de um enquadramento ribeirinho para um perfil mais rochoso, sem bosque, onde o manto arbustivo é mais evidente.
É um espaço que nos ajuda a compreender as alterações de cenário e os vários contextos e diversidade que um circuito desta dimensão permite conhecer.
Das espécies observáveis neste local sobressaem a Noselha, o Cartaxo-comum, o Pintarroxo e a Felosa-do-mato.
Do anterior ponto de paragem até este, assistimos a uma alternância das espécies de flora dominantes e uma diversidade dos contextos naturais. O bosque continua e as espécies observáveis vão crescendo, quer em termos florísticos, que em termos faunísticos.
A Perdiz-vermelha, o Picanço-real o Trigueirão e a Poupa, frequentam estas áreas, havendo a possibilidade da sua observação. De referir também a existência da Erva-Língua-Maior, bem como da Douradinha-silvestre, da Zigaena-dos-cinco-pontos e da Nêspera-Ibérica.
O cenário muda novamente, transportando-nos para o passado através do contato com os antigos muros de divisão de terrenos, que hoje em dia já não são utilizados para cultivo. Estamos novamente em bosque, protegidos do sol pela sombra das árvores que nos rodeiam.
Destaca-se neste ponto a possível observação do pisco-de-peito-ruivo, da trepadeira-azul e do gaio. Este território é também visitado pelo Lobo Ibérico.
Este ponto representa um local de transição, iniciando novamente o contato entre o bosque e os espaços atualmente trabalhados pelo homem.
Uma espécie muitas vezes observada neste local é o esquilo, bem como o Pisco-de-peito-ruivo, o Gaio e a Trepadeira-Azul. No que concerne à flora, a presença do Carvalho-negral e do Sanguinho-de-água é facilmente notada.
Neste local encontram-se 3 sepulturas antropomórficas dos séculos VII e VIII.
A envolvente é também relevante, sendo observados pinhais e bosques de Carvalho-negral.
Podemos também observar Sargaços, Urzes e Erva-sapa.
Este local é favorável à observação da avifauna local. Com a colocação do abrigo e respetivo bebedouro, este local tornou-se espaço habitual de visita das espécies mais icónicas dos trilhos de Lamosa.
São frequentes as visitas do Pica-pau, do Tentilhão, do Verdilhão ou da Trepadeira-azul.
Reserve o abrigo e deixe-se surpreender.
Este ponto marca o regresso a Lamosa, sendo o ponto de início da transição dos espaços agrícolas para a aldeia.
A partir deste ponto o contato com os locais torna-se mais frequente e o pulsar do lugar faz-se sentir.
Bem-vindo de volta!